quinta-feira, 5 de setembro de 2013

05


que sorte tenho
por não ser da minha natureza
implorar por qualquer que seja

seria legal morar num trailer, deitar de tarde no verde e ter todo tempo pra me enfiar na tua natureza 

que sorte tenho
por não ser da minha natureza
implorar por qualquer que seja

que tal morar comigo num trailer?; deitar no verde de tarde e ter toda natureza pra me enfiar no teu tempo

que sorte tenho
por não ser da minha natureza
implorar por qualquer que seja

PELO AMOR DE DEUS, MORA COMIGO NUM TRAILER! EU CORTO A GRAMA, COLOCO A LOUÇA E LAVO A CAMA! 

5 comentários:

  1. Cara, estou adorando ler seus poemas. São muito inteligentes. Parabéns. Este é o que mais me tocou a alma, talvez por ser mais emblemático que é ser humano. A vontade de se entregar à natureza, desapegar-se e jamais consegui-lo por completo é de uma dor inenarrável. Lembrou-me um trecho do Fernando Pessoa, em que ele diz que tem vontade de ser selvagem. Já o leu? É incrível.
    e ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos...

    Não sei sentir, não sei ser humano,
    Não sei conviver de dentro da alma triste, com os homens,
    Meus irmãos na terra.
    Não sei ser útil, mesmo sentindo ser prático, cotidiano, nítido.
    Vi todas as coisas e maravilhei-me de tudo.
    Mas tudo ou sobrou ou foi pouco, não sei qual, e eu sofri.
    Eu vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos.
    E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.
    Amei e odiei como toda gente.
    Mas para toda gente isso foi normal e instintivo.
    Para mim sempre foi a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.
    Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
    Não sei se sinto demais ou de menos.
    Seja como for a vida, de tão interessante que é a todos os momentos,
    A vida chega a doer, a enjoar, a cotar, a roçar, a ranger,
    A dar vontade de dar pulos, de ficar no chão,
    De sair para fora de todas as casas, de todas as lógicas, de todas as sacadas
    E ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos.

    (Trecho de Passagem das Horas, de Álvaro de Campos)

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    1. Perdoe-me pelos erros de digitação: 1. "mais emblemático do que é ser humano";
      2. O subtítulo do poema do Pessoa é ir ser selvagem, entre árvores e esquecimentos.

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  2. Sua escrita é muito interessante, faz os poemas e principalmente esse terem um duplo sentido, rs. Assim podemos interpretá-los de várias maneiras.

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  3. Sua escrita é muito interessante, faz os poemas e principalmente esse terem um duplo sentido, rs. Assim podemos interpretá-los de várias maneiras.

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  4. Mora comigo num trailer! POR FAVOR, NUNCA TE PEDI NADA!!! hahaha

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