esse vai ser um poema bonitinho como a flor de uma planta carnívora as asas de uma mosca e as tetas daquela moça
esse poema bonitinho é feito pra colar na geladeira, pendurar no varal ou pra ler de cabeça pra baixo num domingo ele não serve pra nada, diga-se lá ele é só bonitinho: como um melão, uma abelha, o Faustão e os dedos da sua mão
ele é bonitinho, como tudo quando acorda, mas não serve pra nada, como tudo quando acorda, bom dia!
não sei qual meu filme preferido não sei qual meu livro preferido nem a música, nem a comida, nem a cor não sei falar sem gaguejar e fico desenhando coisas pra me culpar aos domingos, me sinto muito sozinho e na segunda como semente de cacau quero retardar o envelhecimento mas sete vezes por mês penso como seria bom morrer jovem gosto de muitas pessoas gosto muito do meu cabelo cada vez mais gosto de muitas pessoas cada vez mais gosto do meu filme preferido mas fico criando distâncias distribuindo o tempo na agenda não sei dizer qual animal eu seria então me imagino bem longe da Terra depois bem dentro dela imagino quanto eu aguentaria no supino se a vida da minha mãe estivesse em perigo hoje meu nariz é minha parte preferida é clichê dizer que nada faz sentido mas faz sentido sentir isso tão forte aos domingos?
o que você esconde (como se alguém pudesse fazer essa pergunta para alguém) e desperdiço dois poemas (!) porque tá cedo demais pra escrever o que eu deveria esconder é sempre cedo (?)