sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

31


não dependo de moeda
pra decidir sobre nada

,

todo medo
cabe num segundo

...

longe do meu quarto
um quarto

onde

o que não preenche
enche

.

amor não é carne
amor é sua carne

mas

não amo nada
nada me ama

tudo bem

que se amem
os de amém



no meu quarto, jogo cara e coroa pra preencher um poema de carne mas só encho de medo e nada, amém!

Um comentário:

  1. Amém!

    Podemos sofrer sendo carne, sendo nada, sendo quase Eça ou Saramago, sendo canção francesa, sendo poema, sendo só sentimentos, sendo vento que disse muito em silêncio, porque o silêncio também fala, também grita. Sendo segundos. Sendo cheio ou vazio. Sendo medo, sendo artilheiro, sendo o fazer acontecer, sendo marinheiro. Sendo quem, quando, como, onde, o quê e porquê. Sendo a tentativa do não sofrer. Sendo a tentativa do sim. Sendo o ponto. sendo o ponto sem escrever a próxima palavra com uma letra maiúscula. sendo passos. Sendo olhos. Sendo janelas. Sendo nós. Sendo gente, com tudo o que vem no pacote, com tudo o que podemos ser e mudar. Com o tudo, da vida.

    Tua escrita é peculiar. Viva a poesia!

    Fique em paz,
    Amanda.

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