o segundo
pulou do relógio,
não sem razão:
era tedioso demais
a falta de imaginação
dos ponteiros.
se tratando
de círculo,
o segundo
é mais redondo
do que a volta
mais cuidada
do ponteiro
mais tirano
depois de inventar
prédio ponte país ponteiro puteiro poema pires
dados dedos dogmas dúzias dores deuses dildos
o homem olhou pro relógio:
pensou tempo demais no tempo
e pétalas de menos em flores.
castrado e castrador
agarrou aquele segundo fujão que,
besuntado de cuspe,
foi colado de volta no relógio que,
aliviado,
até terminou o dia antes do sol:
quem olhava o céu,
não percebeu,
quem olhava o relógio
...
"Deixe-o ser, deixe ser, ser." Let it be!
ResponderExcluirÉ a primeira vez que visito seu blog e fiquei encantada , parabéns ..aqueles que se atrevem a serem poetas vê e tira da vida um olhar incansável e profundo para aquilo que outros desprezam...
ResponderExcluir"quem olhava o céu,
ResponderExcluirnão percebeu,
quem olhava o relógio
... "
"quem olhava o céu,
ResponderExcluirnão percebeu,
quem olhava o relógio
... "