sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

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três pontos finais
não terminam uma frase
e nós dois sabemos que
a trajetória da borboleta 
é uma carta

dois caras coçando a cabeça
ao mesmo tempo é um quadro

duas girafas coçando a cabeça
ao mesmo tempo é um quadro 
de uma outra sessão

nesse canto do museu
você coça minha cabeça,
a tarde se maquia 
de reticências
as horas recortam-se
em borboletas:
esse quadro vai ser esquecido
ou sequer pode ter existido 

quando morrer
vou ser esquecido 
até não ter existido 
como uma carta escrita no ar 
por uma girafa com asas 
de borboleta

Um comentário:

  1. Olá, tudo bem?

    Não sei como vim parar aqui, mas gostei muito dos seus versos. Você tem muita sensibilidade, até para os assuntos mais insensíveis.

    Continue assim, darei uma olhada aqui vez ou outra.

    Beijos,

    Paula B.

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