as
linhas que costuram
a
carne das minhas mãos
surpreendem
a impalpável
concretude
do destino
sigo
vazando-me
em
números que choram
em
palavras que abraçam
que
espancam que espantam
sigo
seguindo, costurando
e
desabotoando camisas
na
infindável procura
de
dicas, segredos e pele
mesmo
que algumas coisas
doces
caiam salgadas
sigo
largando meu corpo
em
camas que me caibam
sem
saber se meu destino
está
cravado na minha mão
ou
se é minha mão
que
penetra o sexo do tempo
pra
gravar alguma eternidade
que
honre a perecível vida
que
me deram
no
mais, sigo seguindo