sábado, 31 de maio de 2014

50

as linhas que costuram
a carne das minhas mãos
surpreendem a impalpável
concretude do destino
sigo vazando-me
em números que choram
em palavras que abraçam
que espancam que espantam
sigo seguindo, costurando
e desabotoando camisas
na infindável procura
de dicas, segredos e pele
mesmo que algumas coisas
doces caiam salgadas
sigo largando meu corpo
em camas que me caibam
sem saber se meu destino
está cravado na minha mão
ou se é minha mão
que penetra o sexo do tempo
pra gravar alguma eternidade
que honre a perecível vida
que me deram


no mais, sigo seguindo  

9 comentários:

  1. Talvez não seja a fuga
    Talvez a penas nao seja
    Talvez aja falta
    O vazio que em meio aos muitos
    Pouco compreendido
    Ou na simploria ilusão de que se faz
    Há vida
    Impulsionar, motivar
    Neste imenso nao ha" escapes"
    Encontrar. ..
    Entao esta nao a seria?

    ResponderExcluir
  2. É como sempre digo: Algumas artérias invisíveis, ligam os corações dos poetas!
    Belo texto.
    Bjs

    ResponderExcluir
  3. bela escrita! parabéns pelas poesias Johnny! Também sou ator e tenho um blog, se quiser visitar, fico contente. Abraço!

    http://mauroeaspalavras.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  4. seria ironico, ne, se tudo então estivesse muito bem escondido e definido na palma de nossas mãos hehehe
    Uma ideia: vamos tirar uma foto de cada mão e fazer apostas em cima e ver quem acertou o destino de quem no final??

    ResponderExcluir
  5. A sua escrita já é a eternidade cravada que procuras. Decidi marcá-la assim também, escrevendo. Bonito isso.

    ResponderExcluir
  6. Eu adormeci coberta por certas idéias .
    Numa noite gélida, minhas palavras foram lã.
    Numa noite de angústia , meus pensamentos foram fogo.
    Numa noite vazia, minhas lágrimas tornaram-se pó.

    ResponderExcluir
  7. Como pode essas simples palavras me deixarem confusa? Me obrigando olhar para dentro de mim mesma?

    ResponderExcluir